quarta-feira, 4 de abril de 2007

Ciência dá um passo na produção de sangue universal

Os problemas das transfusões podem estar próximas do fim.

Cientistas da Universidade de
Copenhague estão próximos de conseguir produzir um tipo universal de sangue.

De acordo com a última edição online da revista Nature Biotechnology, cientistas da Universidade de Copenhague deram mais um grande passo na obtenção de um tipo de sangue universal.

Vale salientar que há já muito tempo que se procuram formas de transformar qualquer sangue num de tipo O.

O designado doador universal. Para tal, e segundo foi vislumbrado pelo norte-americano Jack Goldstein nos anos 80, bastaria encontrar uma maneira de retirar os bocadinhos de açúcar das extremidades das antenas dos glóbulos vermelhos, de forma a transformá-los todos em inócuas células do grupo O.

Ou seja, bastaria descobrir uma ou várias enzimas – cuja capacidade para cortar moléculas em lugares muito específicos é enorme - que cortassem apenas as pontinhas reativas, deixando intacto o resto das células sanguíneas.
Jack Goldstein conseguiu descobrir uma substância, nos grãos de café, capaz de transformar as células do grupo B em células do grupo O. No entanto, tal não acontecia com as do grupo A.

Agora, mais de 25 anos depois, Henrik Clausen, da Universidade de Copenhague, e os seus colegas de vários países (EUA, França, Suécia) deram finalmente mais um grande passo na obtenção de "glóbulos vermelhos universais", como eles próprios os designam no título do seu artigo, publicado na Nature Biotechnology.


Os cientistas procuraram, entre cerca de 2500 bactérias e fungos, enzimas que conseguissem retirar os açucares indesejáveis sem pôr em risco integridade e a função dos glóbulos vermelhos. Por outro lado, era necessário que essas enzimas se revelassem eficazes mesmo em pequenas quantidades. E, para o bem da ciência e de todos aqueles que precisam de recorrer às transfusões de sangue, descobriram duas.

No entanto, os problemas não estão ainda todos resolvidos, afirmam, uma vez que falta ainda testar a eficácia e sobretudo a imunidades destes glóbulos vermelhos nos seres humanos.
Ainda assim, a confirmarem-se as expectativas, as implicações serão imensas.

"Ficamos à espera dos resultados dos ensaios clínicos com interesse", dizem por seu lado Geoff Daniels, do Instituto de Ciências da Transfusão de Bristol (Reino Unido), e Stephen Withers, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), num artigo que acompanha a publicação dos resultados na mesma revista.

Links Relacionados:
Estudo na Nature Biotechnology (resumo)

Fonte: ciberia

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