Londres - Diretor de escola acusado de pirataria pode pegar cinco anos de prisão. Microsoft diz que não abriu nem abrirá ação civil contra ele.
Diante do apelo do ex-líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, a Microsoft se isentou das acusações ao diretor de escola russo que está sendo processado por pirataria.
Gorbachev, que leva o crédito por ter contribuído para o fim da Guerra Fria, escreveu ao presidente do conselho da Microsoft, Bill Gates, intercedendo por Aleksandr Ponosov, 40 anos, que pode pegar até cinco anos de prisão.
Na carta, postada em seu site em russo, Gorbachev escreveu que seu país acha o processo contra Ponosov escandaloso. Ponosov foi acusado em novembro de usar mais de 10 mil dólares em softwares piratas da Microsoft.
O diretor de escola é acusado de ter comprado computadores com os softwares sem licença pré-instalados. A polícia apreendeu 12 computadores da escola da sua vila de Vereschagino no leste da Rússia, em maio de 2006, mas logo devolveu para que a escola pudesse aplicar exames de ciência da computação.
Gorbachev escreveu que embora as leis russas permitam que se processe quem usa softwares pirata sem saber, o caso contra Ponosov é despropositado. O ex-líder também fez um apelo emocional, dizendo que Ponosov dedicou a vida a ensinar por um salário modesto, que nem se compara aos dos funcionários da Microsoft.
A intervenção de alto-escalão de Gorbachev ocorre em um momento em que a Microsoft mantém forte campanha para barrar a pirataria de software. A companhia iniciou dezenas de processos civis e ajudou autoridades em processos criminais nos Estados Unidos e Europa.
Um executivo da Microsoft disse na terça-feira (06/02) que as autoridades russas contataram a companhia para verificar se o software era ilegal. A Microsoft não formalizou reclamação e a decisão de processar Ponosov foi dos promotores públicos, disse Kim Gagne, diretor de assuntos corporativos para Europa central e leste.
A Microsoft não moverá uma ação civil contra o diretor da escola. “Não vemos essa como uma violação séria”, disse Olga Dergunova, chefe das operações da Microsoft na Rússia.
A proteção à propriedade intelectual se tornou um ponto de atrito entre a Rússia e os Estados Unidos, que diz que a falta de repressão da Rússia nesse campo diminui suas chances de entrar para Organização Mundial do Comércio.
O presidente russo Vladimir Putin disse na última semana que o foco devem ser os produtores e distribuidores de software pirata.
“A lei reconhece o conceito de alguém que compra um produto na boa fé”, disse Putin, na sua coletiva de imprensa anual, em 1º de fevereiro. “È fácil simplesmente prender alguém e puni-lo, mas precisamos chegar à origem de cada caso”, disse ele.
Em visita à Moscou, em novembro, Bill Gates disse que a Microsoft vai fazer o que puder para fornecer às escolas russas softwares avançados e elogiou as iniciativas de proteção à propriedade intelectual do governo, segundo a agência de notícias estatal RIA Novosti.
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